Muitas pessoas têm a ideia errada de que a urologia é a especialidade médica para atender pacientes homens. Na verdade, ela inclui também o trato urinário feminino de todas as idades.
Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), as mulheres também são vulneráveis a problemas urinários. A consulta feminina deve ser periódica, com o objetivo de identificar possíveis problemas nos rins, na bexiga e na uretra ainda na fase inicial. Por ser uma especialidade que não é comumente associada às mulheres, existem muitas dúvidas sobre o assunto.
Abaixo, esclarecemos 6 mitos e verdades sobre urologia feminina, confira!
1. Problemas no trato urinário são mais comuns em mulheres = VERDADE
Sim! A infecção urinária é mais comum em mulheres por causa de uma particularidade anatômica: a uretra feminina é bem mais curta do que a masculina, ou seja, o caminho que as bactérias precisam percorrer até chegar à bexiga é menor. Após a menopausa, as infecções podem ser ainda mais recorrentes devido à falta de estrogênio, deixando a mulher mais suscetível à ação de bactérias.
2. A incontinência urinária sempre acontece na gravidez = MITO
Não! A incontinência urinária nem sempre ocorre durante a gravidez, mas é relativamente comum devido às mudanças hormonais e físicas que ocorrem no corpo da mulher durante esse período.
Durante a gravidez, o útero em expansão pode exercer pressão sobre a bexiga, tornando-a mais sensível e causando perda involuntária de urina ao espirrar, tossir, rir ou realizar atividades físicas. Além disso, os hormônios como o estrogênio e a progesterona também afetam os músculos e tecidos da pelve, podendo enfraquecer os músculos do assoalho pélvico, que são responsáveis pelo controle da bexiga.
Essa fraqueza dos músculos do assoalho pélvico pode levar a episódios de incontinência urinária. No entanto, nem todas as mulheres grávidas experimentam incontinência urinária, e a gravidade dos sintomas pode variar. Algumas mulheres podem não apresentar nenhum problema de incontinência durante a gravidez, enquanto outras podem ter sintomas mais pronunciados.
A prática de exercícios específicos para fortalecer os músculos do assoalho pélvico pode ajudar a prevenir ou minimizar a incontinência urinária durante a gravidez. É aconselhável conversar com um profissional de saúde, como um obstetra ou ginecologista, para receber orientação adequada e possíveis medidas de tratamento.
3. Segurar a urina causa infecção urinária = VERDADE
Segurar a urina com frequência ou por longos períodos de tempo pode aumentar o risco de desenvolver infecções urinárias, especialmente se isso se tornar um hábito. Quando você segura a urina, as bactérias presentes na uretra e na bexiga podem ter mais tempo para se multiplicar, o que pode aumentar a probabilidade de uma infecção.
A urina é uma forma natural de limpar o trato urinário, pois ao ser liberada, ela ajuda a eliminar as bactérias presentes. Além disso, segurar a urina com frequência também pode afetar a função dos músculos do assoalho pélvico, que são importantes para a saúde do trato urinário.
Para evitar o risco de infecções urinárias e manter a saúde do trato urinário, é aconselhável esvaziar a bexiga regularmente e não segurar a urina por longos períodos de tempo. Beber
bastante água ao longo do dia também ajuda a manter o sistema urinário funcionando de maneira saudável, já que a urina diluída pode ajudar a minimizar o crescimento bacteriano.
4. Cistite e infecção urinária são a mesma coisa = MITO
Não! O termo "infecção urinária" é um termo amplo que se refere a qualquer infecção que ocorra no sistema urinário, que inclui os rins, ureteres, bexiga e uretra. Geralmente, as infecções urinárias são causadas por bactérias que entram no trato urinário e se multiplicam.
As infecções urinárias podem ser classificadas em diferentes tipos, dependendo de qual parte do trato urinário está envolvida. A cistite é um tipo específico de infecção urinária que ocorre na bexiga. Ela é caracterizada pela inflamação da parede da bexiga devido à infecção bacteriana. A cistite é a forma mais comum de infecção urinária e é frequentemente associada a sintomas como urgência para urinar, micção frequente, dor ou desconforto na região pélvica e sensação de queimação ao urinar.
Portanto, a cistite é um subtipo de infecção urinária, mas nem todas as infecções urinárias são cistites.
5. A limpeza incorreta após a evacuação pode causar infecção urinária = VERDADE
Sim! A limpeza incorreta após a evacuação pode aumentar o risco de infecção urinária em mulheres. Isso ocorre porque a uretra (o tubo que conecta a bexiga ao exterior do corpo) está localizada próxima ao ânus, e as bactérias presentes nas fezes podem se espalhar para a uretra durante o processo de limpeza inadequada.
Se as bactérias intestinais, como a E. coli, que normalmente estão presentes no ânus, forem introduzidas na uretra, podem viajar até a bexiga e causar uma infecção. Quando não se realiza uma limpeza adequada após a evacuação, as bactérias podem ser empurradas em direção à uretra. Para minimizar o risco de infecções urinárias, é importante seguir boas práticas de higiene.
6. Dor lombar na gravidez pode ser pedra nos rins = VERDADESim! A dor lombar durante a gravidez pode ser causada por uma variedade de fatores, e uma possibilidade é a presença de pedras nos rins (cálculos renais). No entanto, é importante destacar que a dor lombar durante a gravidez também pode ser devido a outros motivos relacionados às mudanças no corpo da mulher nesse período.
As pedras nos rins são pequenas massas sólidas formadas a partir de minerais e sais que se acumulam nos rins. Elas podem se mover para os ureteres (os tubos que conectam os rins à bexiga) e causar dor intensa quando bloqueiam o fluxo de urina. A dor associada às pedras nos rins geralmente é sentida na região lombar, podendo se irradiar para a parte inferior do abdômen ou virilha.
Conclusão
O sistema urinário das mulheres é complexo. Cada paciente é única e precisa de um atendimento individualizado, com uma visão integral.
Sempre consulte com urologista de confiança. Agende sua consulta comigo!